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1.educação em ciências e a diferença.

O campo das Ciências Exatas responde, socialmente, por uma noção de objetividade que implica em manter no segundo plano os sujeitos produtores do conhecimento científico e as ambiências institucionais nas quais eles convivem, seja no processo formativo ou no contexto de trabalho e de pesquisa.  Mas, a educação é, por outro lado, o processo de investimento em transformações pessoais que, por meio da relação pedagógica, promove vivências intersubjetivas para a mediação de saberes.  Como, então, a Educação em Ciências contempla ou pode contemplar as subjetividades dos/as estudantes, em particular, os/as universitários(as)? Como as questões da corporeidade tais como diversidades de gênero e etnia, necessidades especiais, sujeição às normatividades e aos paradigmas teóricos e metodológicos da comunidade científica e da constituição ética, moral, social, cultural de seus membros impactam a formação de pesquisadores(as) e professores(as) da área? Há processos sistemáticos de exclusão dos grupos minoritários dessa comunidade? De que modo o ideal da objetividade científica pode se harmonizar com as subjetividades humanas? Que ações podem ser empreendidas, no âmbito da Educação em Ciências, que contribuam para promover o convívio com a diversidade e com as diferenças entre os/as estudantes dos cursos de Ciências Exatas?

2. Práticas performativas e a/r/tografia na educação em Ciências

A/r/tografia é uma forma de investigação baseada nas Artes que rompe com critérios padronizados de pesquisa, evocando e provocando possibilidades alternativas de entendimento. Os processos investigativos e de comunicação com outros pesquisadores e público incluem expressões visuais, narrativas performativas e poéticas e outros modos de questionamento adotados pelas metodologias qualitativas de pesquisa. Compreendemos a necessidade da Educação em Ciências se afirmar como campo de conhecimento das Ciências Humanas, superando o apreço paradigmático às Ciências Exatas e da Natureza. As práticas investigativas, nesse campo, necessitam contemplar as dimensões subjetivas e intersubjetivas dos sujeitos aprendentes, para além da ênfase cognitivista e da perspectiva nomotética de obtenção e “aplicação” dos achados de pesquisa. A educação entendida como práticas perfomativas é assumida como acontecimento situado no tempo e no espaço não passível de reprodutibilidade em escala ou indiferente aos estilos e maneiras pessoais de ensinar e de aprender.

 

A pesquisa em Educação em Ciências deve contemplar as dimensões subjetivas e intersubjetivas dos sujeitos aprendentes e superar a abordagem nomotética. A educação, como prática perfomativa, é assumida como acontecimento espaço-temporal e expressão de estilos pessoais de ensinar e de aprender. As expressões visuais, narrativas performativas e poéticas e afins podem compor os processos investigativos e de comunicação dos saberes na/da área.

3. Crianças, Infâncias e a cultura científica

Pensar o diálogo da cultura cientifica  com crianças e não para crianças. Parte da compreensão de que na Educação Infantil e nos primeiros anos do Ensino Fundamental, os estudantes antes de alunos são crianças, que como atores sociais, possuem um modo próprio de significar o mundo, também importante. Dessa forma, se faz necessário investigar formas de pensar o processo educativo das ciências na formação das crianças para possibilitar seu acesso à cultura científica, sem desvalorizar as infâncias.

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